sábado, 27 de junho de 2020

Dica de Fotografia de suas peças

Desde que me casei, em 2015, não encontrei em minha nova casa um local em que pudesse aliar luz natural com cenário adequado para fotografar meus produtos.
Foi então que decidi criar uma base e um fundo para as fotos.

FUNDO E CENÁRIO PARA SEU PRODUTO:

O cenário onde seu produto está inserido valoriza ou desvaloriza demais o mesmo, e pode atrair ou repelir os clientes.
Vejo por aí fotos de produtos super bem feitos, mas com fotos ruins, onde o produto está em cima da cama por exemplo, ou a gente vê várias outras coisas atrás que tiram a atenção e o profissionalismo.
Há várias maneiras criativas para montar um cenário, e manter o mesmo cenário vai criar uma identidade visual para seu produto, deixando mais profissional e colaborando com as vendas.
Fotos bem tiradas são fundamentais se você quer vender pela internet.

A solução mais viável para mim foi comprar papelão paraná e revesti-lo com contact. Uma placa forrei com desenho de madeira e outra fiz branco liso. Um rolo de contact é suficiente para revestir uma placa.
Preferi fazer assim porque alguns produtos (a depender da cor da estampa) ficam melhores em fundo branco, outros se harmonizam melhor com a cor da madeira.
Sendo assim, se o produto é pequeno, às vezes uso a base com a cor de madeira, outras vezes uso base branca.
Se o produto é grande, ou quero fotografá-lo em pé, preciso de um fundo neutro. Então fotografo na base de madeira e coloco o branco como fundo.
Quando não estou usando, junto as duas placa e guardo atrás do armário de tecidos.



 Placas de papel paraná revestidas com contact.

ILUMINAÇÃO

A iluminação é, junto com o cenário, o fator principal para uma foto bem feita.
Não importa se vc tem uma boa câmera ou tira fotos com o celular.
A iluminação adequada é que vai te dar uma foto com qualidade.
Nunca use o flash!
Se você tiver um lugar bom ou pode levar seu cenário ao ar livre, a luz natural com certeza é a melhor de todas para a qualidade das fotos. Mas claro, existem horários melhores, como o começo da tarde, ou logo pela manhã. Sol a pino não é legal, e sol direto no produto também não. Ou seja, foto na sombra, com luz natural é o ideal. Porém tudo o que tiver em volta vai interferir na luz e nas cores dessa luz. Um dia nublado vai dar um resultado diferente que um dia ensolarado. E as cores do que estiver em volta, ao refletir a luz sobre seu produto, vão interferir diretamente na cor do produto.
Por exemplo, eu tenho um quintalzinho onde poderia levar meu cenário e fotografar com luz natural. Mas todas as paredes do quintal são pintadas num tom de marrom, o que reflete numa tonalidade amarelada / alaranjada na foto do meu produto. Se as paredes fossem brancas, com certeza o resultado seria satisfatório.

Se você não tem um lugar legal para fotografar ao ar livre, procure em sua casa um lugar bem iluminado, próximo a uma janela, para aproveitar ao máximo a luz natural. É interessante que a luz incida lateralmente sobre seu produto. Luz vinda de cima vai criar sombra quando vc se aproximar para fotografar.
Tendo uma luz natural vinda de uma lateral, na outra lateral vc pode colocar em pé uma placa ou cartolina branca, para que a luz natural seja refletida nela. Ajuda muito.

Hoje eu tenho um kit de iluminação, que são tripés com sombrinhas difusoras de luz (veja meu cenário nas fotos). A luz natural no meu atelier é pouquíssima, e foi a melhor solução para mim.
Mas antes de comprá-lo, eu levava meu cenário para a cozinha (isso mesmo!), que é o lugar mais bem iluminado da casa, com luz natural vasta no período da manhã. E como os azulejos e armários são brancos, isso ajudava muito para refletir a luz. Sendo assim, eu colocava minha base no chão, encostava o fundo nas cadeiras e fotografava.
Ninguém imagina as acrobacias que a gente faz pra tirar uma boa foto! rs.


Kit de sombrinhas para iluminação.

EDIÇÃO DAS FOTOS

Sim, toda foto precisa ser editada. Mesmo fotografando com boa luz e um bom cenário, na maioria das vezes será preciso usar editores pra corrigir a luz, a tonalidade das cores, recortar a imagem, etc.
Ah, outra dica que não falei: não use o zoom da câmera. Tire as fotos sempre em alta resolução e depois recorte na edição.

Eu diria que isso é o básico para boas fotos. Mas tem vários outros detalhes que vamos aprendendo para melhorar as fotos do nosso produto.

Foto da Bolsa Cleo tirada em meu pequeno estúdio.  

Agora me conte:

Você tira boas fotos de seus produtos?
Essas dicas ajudaram você?

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Estojo Espiral

Esse estojinho é tão legal! Achei tão bacana que resolvi ensiná-lo.

Vem comigo pra essa aula gratuita:

https://youtu.be/_hhXPI1STjU

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sábado, 3 de março de 2018

Bate-papo artesanal #5 - Como lidar com os clientes



Eu vejo muitas artesãs reclamando por aí sobre perder tempo dando informações para clientes e esses não dizem nem um "obrigado". E geralmente são em ocasiões em que estão descansando, já tarde da noite, a artesã se levanta, vai lá no ateliê, tira fotos, manda para o cliente, e puxa vida, nem um obrigado.
E quando se trata de encomendas e a cliente fica o dia todo pedindo informações específicas, como estampas, etc, e no final das contas acaba encomendando com outra que cobra mais barato?



O que eu posso dizer a respeito:
Bom, eu trabalhei com encomendas por vários anos, e meu carro chefe eram as capas para livros (Bíblias, cadernos, etc). Necessariamente precisavam ser feitas sob medida, já que cada livro ou Bíblia tem um tamanho.
No início, quando não temos muita experiência ao lidar com a cliente, vamos fazendo tudo o que pedem, informando tudo na hora, dando atenção, correndo no dia seguinte até a loja de tecidos pra ver se tem alguma estampa do tipo que ela quer, etc. Não queremos perder a cliente, e por isso fazemos de t-u-d-o! (E no final das contas a cliente não encomenda com a gente.)
Mas não é assim que funciona. Com o tempo aprendi a me organizar e estabelecer algumas "regrinhas" internas de como eu atenderia minhas clientes.

As dicas principais que posso te dar, são:

1. Primeiro de tudo, profissionalismo. Ser educada, atender bem, dizer "bom dia, boa tarde, obrigada, estou à disposição" é obrigatório, mesmo que a cliente não te dê um único obrigada no final da conversa.

2. Estabeleça horários para atender os clientes. Se for por e-mail, por mensagem do Facebook, por Whatsapp, seja qual for o atendimento virtual, estabeleça horário de atendimento. Ao finalizar uma mensagem, por exemplo, já diga gentilmente qual o seu horário de atendimento e que estará à disposição. Inclusive esse horário de atendimento não precisa ser o dia todo. Você pode reservar um período do dia para responder às mensagens. Pode ser pela manhã, ou somente no período da tarde. O importante é deixar isso claro para os clientes.
Eu até hoje não atendo clientes por Whatsapp porque acho uma tremenda invasão de privacidade. Sei que facilita muito e a maioria dos clientes gosta desse tipo de atendimento. Mas fica muito difícil separar o profissional do pessoal com o Whatsapp. Sendo assim, recomendo fortemente que vc tenha um chip exclusivo para atendimento profissional, e quando não for horário de atendimento, desligue. Se o tempo não for bem otimizado, o trabalho vai render pouco.

3. Nunca, jamais compre qualquer material ou comece a fazer uma encomenda que não foi previamente paga. Vejo que muitas artesãs hoje em dia trabalham com pagamento antecipado de 50% do valor. Isso é o mínimo. Jamais faça sem pagamento. Eu sempre trabalhei com pagamento antecipado do valor total da encomenda e nunca fui questionada ou deixei de receber encomendas por causa disso. Volto a insistir no profissionalismo. Deixe tudo bem claro para o cliente e sempre cumpra os prazos estabelecidos.

4. Seu trabalho é seu cartão de visitas na internet. Você precisa ter um “lugar” que funcione como vitrine do que você faz, seja um álbum no facebook ou até mesmo um site. Se trabalha somente com encomendas, provavelmente as pessoas que chegam até você, já viram o seu trabalho em algum lugar e gostaram. Isso facilita para você manter um “padrão” e poder dizer não, se for o caso. Por exemplo, eu nunca trabalhei com capas personalizadas (com nome ou aplicações). Quando aparecia alguém dizendo que amou meu trabalho mas queria que eu aplicasse o nome na capa, eu gentilmente dizia que meu estilo de trabalho era daquela forma e que eu não fazia aplicações. Simples assim. Não tenha medo de perder cliente. Quando você mantém uma identidade e um estilo em seu trabalho, vai atrair as pessoas que gostam daquele estilo.

5. Mantenha um álbum de estampas. Facilita muito na hora do cliente escolher. Eu sempre procurei ter uma variedade de estampas de acordo com o estilo que eu trabalhava. Sendo assim, o cliente que queria ver as estampas disponíveis (antes de efetivar a encomenda), já tinha um álbum à disposição. Se não gostasse de nenhuma ou quisesse alguma outra não disponível, eu poderia verificar a possibilidade de encontrar a estampa após a confirmação da encomenda (ou seja, somente após o pagamento). E, veja bem, eu disse possibilidade. O cliente estava ciente que não era certeza que encontraria a estampa ou tipo de combinação desejada. Porém, após o pagamento, até vale o esforço para agradar o cliente.
Um erro que cometi e que tomava muito meu tempo era fazer combinações de estampas, fotografar e enviar para a cliente, antes da efetivação da encomenda através do pagamento. As estampas disponíveis num álbum podem e devem ser mostradas antecipadamente, mas as combinações já fazem parte do trabalho artesanal (e tomam um tempo considerável).
Sendo assim, deixe claro isso para o cliente. (Mais uma vez reforço a importância de sua vitrine de produtos, onde o cliente conhece mais detalhes do seu trabalho e pode ter confiança no seu bom gosto e nas combinações que você faz.)

6. Cumpra os prazos! Estabelecer prazo para produção da encomenda é primordial, e cumpri-lo é obrigatório. Deixe claro que o prazo é para produção, e que até tal data será feito o envio pelos Correios. Informe o prazo dos Correios (recomendo colocar uns dias a mais como margem de segurança, já que os Correios tem deixado a desejar no cumprimento do prazo de entrega), explique ao cliente que ele deve acompanhar o rastreamento informado e que qualquer problema deve entrar em contato com vc. Sim, a responsabilidade da encomenda é do remetente até que chegue nas mãos do destinatário (e o cliente deve se sentir seguro de que você tomará todas as providências necessárias que estão ao seu alcance, inclusive devolver o valor pago ou produzir novamente a peça em caso de extravio). Porém, deixe claro que após a postagem, o bom andamento da entrega depende dos Correios.

Acredite, se organizar e estabelecer suas “regrinhas” de atendimento ajudam muito no rendimento do trabalho e vai passar uma postura muito mais profissional ao seu cliente.
Mas lembre-se: tudo isso precisa ser colocado para seu cliente de forma muito gentil e educada, mesmo que você não receba a mesma educação do outro lado.  😉

Espero, de coração, que essas dicas te ajudem no bom andamento do seu trabalho!
Conte-me nos comentários como você lida com os clientes, e se já aplica algumas dessas dicas. Funciona pra você

Ahhhh! Tenho uma NOVIDADE! Estamos com um grupo lá no Facebook, e teremos muito conteúdo para ajudar as artesãs (principalmente quem está começando na costura criativa). Venha participar, clique no link: https://www.facebook.com/groups/VitaColorita/

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Bate-papo artesanal #4 - O tal do viés

Uma dificuldade recorrente no mundo da costura criativa é o tal do viés. Existe um mundo de vídeos no Youtube ensinando a colocar o viés, porém mesmo assim, muita gente tem dificuldade, e não só as iniciantes na costura.
Você pode assistir duzentos vídeos no Youtube, super bem explicados e que fazem parecer tudo muito fácil. Mas na hora que você senta em frente à máquina e vai lidar com o tal do viés, quase morre e tem vontade de jogar tudo no lixo.
Calma! Respire fundo e não desista.

Afinal, qual o segredo do viés?

Não existe mágica. Eu vou te dar algumas dicas práticas que me ajudaram a dominar o viés.

1. A costura do viés com perfeição, assim como muitas coisas na vida, vem com a prática. Sim, é isso mesmo, não tem milagre. Não adianta assistir milhões de vídeos no Youtube se você não praticar, ou tentar uma ou duas vezes e desistir. Existem várias formas de aplicar o viés numa peça, e você pode testar todas elas pra descobrir qual técnica você acha mais fácil (ou talvez menos terrível, no início). Mas o segredo é praticar. Quanto mais você praticar, menos penoso vai se tornar, até que fique fácil.

2. Não queira fazer uma peça linda-maravilhosa e colocar o viés já de cara, sabendo que você não tem prática e destreza para isso. Você vai se frustrar porque o acabamento não ficou bom e vai comprometer a sua peça. Então minha sugestão é: treine em retalhos que você tem guardados. Ou use aquele tecidinho que você comprou mas não combina com nada e está guardado há anos. Essa também é uma forma de avaliar o seu desempenho e progresso, a cada novo treino.

3. Ao treinar em retalhos, use os mesmos materiais que você vai usar quando realmente for fazer uma peça. “Ai, Vivi, mas é muito desperdício de material. Não posso usar um tecido qualquer, com aquela manta que não uso mais?” Você pode até usar materiais mais baratos para treinar, mas usar algo totalmente diferente do que você usa, vai te deixar boa com esses materiais do treino, e você pode ter outros tipos de dificuldades quando realmente for fazer com o material da peça. Pense sempre nas peças que vai fazer e nas camadas de tecidos e mantas sobre as quais o viés será costurado, e treine no retalho usando os mesmos tipos e camadas de materiais.

4. Comece treinando com o viés pronto, aquele engomado que a gente compra em armarinhos. Mesmo que você não goste da aparência dele, e ache os viés feito de tecido muito mais bonito, vai por mim: comece a treinar com o viés pronto. Exatamente por ser engomado, ele é muito mais fácil de aplicar, especialmente nas curvas, pois toma a forma da peça com facilidade, evitando as temidas preguinhas. Depois que você ficar bem craque com o viés pronto, treine com o viés de tecido.

5. O viés de tecido, que a gente faz em casa, também tem várias formas de fazer e aplicar. É fundamental que você corte as tiras no viés do tecido, ou seja, em ângulo de 45°, para que o resultado fique perfeito nas curvas. Eu testei várias maneiras com o viés de tecido. Usei até mesmo aquele “Faz Viés” que a gente coloca a tira dentro e vai puxando e passando a ferro pra formar as dobras certinhas, como o viés pronto. Mas sinceramente não gostei. Pra mim, o que melhor funciona no viés pronto é cortar as tiras num tamanho que possa dobrá-las ao meio e já fazer a primeira costura com a tira dobrada; assim, ao rebater a costura do outro lado, já está com acabamento na borda e tudo no mesmo tamanho. Também achei que assenta melhor dessa forma, sem fazer as temidas pregas nas curvas. Essa foi a melhor solução para mim. Mas como já disse, aconselho que experimente de várias maneiras pra saber qual é a mais eficiente para você.

Deixo abaixo um pequeno esquema de como faço a colocação do viés feito de tecido. Como meu pé de máquina é de 0,5 cm eu corto a minha tira com 5 cm de largura. Dobrada ela fica com 2,5 cm, o que me dá a medida suficiente para costurar de um lado e rebater do outro. Se o seu pé de máquina for de 0,75 cm, experimente cortar sua tira com 5,5 cm de largura. Essa largura também pode variar conforme a quantidade de tecidos e mantas que vc estiver costurando, pois se a camada for muito grossa, talvez você precise de meio centímetro a mais na largura de sua tira. Isso é variável e você precisará testar.
Note nas imagens, como o viés se amolda facilmente na curva; isso porque o tecido foi cortado em 45°. Se cortar no fio do tecido, não dará certo.



Espero que essas dicas tenham ajudado, ou pelo menos tenham dado ânimo novo para você não desistir!
Me conte nos comentários o que achou, e se vai continuar firme e forte até que o viés se transforme em seu amigo.  :)

Beijos,
Vivi

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Bate-papo artesanal #3 – Eu não dou conta!

Não dou conta de fazer tudo o que preciso no dia.
Não dou conta de costurar tudo o que eu gostaria.
Não dou conta de cuidar da casa como precisaria.
Não dou conta de postar em todas as redes sociais.
Não dou conta de acompanhar as publicações das amigas.
Não dou conta de mostrar todos os dias os produtos da lojinha.
Não dou conta de postar repetidas vezes que chegaram cores novas de zíper de metro na lojinha virtual (risos).
Não dou conta de contar pra quem não sabe, que tem botões de pressão redondo e de coração na lojinha.
Também não dou conta de contar que ainda tem tecidos bacanas na loja virtual, a preços bem legais. :)


Não dou conta de mais um monte de coisas, amigas.
Mas sabe de uma coisa?
Viver correndo atrás do tempo é cansativo demais, e chegar ao fim do dia, todos os dias, com a sensação de que não fez nem a metade das tarefas que se propôs a fazer naquele dia, é um fardo mortal.
Não, a gente não precisa viver assim. Se o seu problema é falta de organização ou desperdício de tempo em algo improdutivo, bora se animar pra fazer uma lista das prioridades e cortar o que rouba seu tempo inutilmente.
Mas se você já faz isso e mesmo assim não dá conta, está na hora de cortar as "prioridades" que não são prioridade.
E sabe o que mais? Ser feliz e ter um coração grato pelo que tem e é no momento, vai tirar uma grande parte do fardo dos seus ombros.
Se você é mãe e não consegue costurar tudo o que gostaria hoje, desencane. O que é prioridade? Aproveite cada fase do crescimento de seu filho, pois isso não volta e não tem preço.
Se você tem pais velhinhos e precisa cuidar deles, não tendo tempo para costurar, cuide, ame e deixe a costura para depois, sabendo que está fazendo o melhor. As pessoas são mais importante que as coisas.
E se você está com um problema de saúde que te impede de fazer o que gostaria, cuide de sua saúde agora. A vida não volta, priorize-a.
"Ah, o meu negócio não vai pra frente, meu trabalho é muito mais caprichado que o da fulana, mas ela vende horrores e eu, que não sou conhecida, quase não vendo."
Eu sei que a gente ama costurar e quer vender nossos produtos. Mas você é feliz costurando ou vendendo? Então aproveite aquele momento em frente à máquina de costura, fazendo o que ama. E tenha paciência, siga seu ritmo, pois um trabalho bem feito terá seu reconhecimento, mais cedo ou mais tarde.
Se você gastar muito tempo nas redes sociais olhando o tanto que as outras conseguem fazer e você não, o desânimo vai bater com força. Então, foque no que realmente é prioridade, concentre-se no que estiver fazendo, com alegria e gratidão a Deus pelo que Ele te dá hoje. Os dias não são todos iguais. Por isso é melhor vivê-los um de cada vez. :)

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Bate-papo artesanal #2 – Compre de quem faz!

Você provavelmente já viu essa campanha bacanuda pelas redes sociais,  com a hashtag #compredequemfaz, certo? Já faz um tempo que essa campanha se iniciou, com a intenção de incentivar as pessoas a valorizar o artesanato e, logicamente, comprar produtos artesanais em vez de industrializados, especialmente nas datas comemorativas. Afinal, um produto artesanal é único, exclusivo, personalizado, feito com amor e tudo mais que se encaixa nesse mundo maravilhoso do feito à mão.
Legal. É tudo o que queremos: que nosso trabalho seja valorizado!
Mas e você, artesã? Você compra de quem faz? Você valoriza o trabalho de seus colegas, ou seu pensamento imediato, ao ver uma peça linda e encantadora, é a de querer fazer igual?
Veja bem, não tem nada de errado admirar lindos trabalhos e querer aprender a fazer. Mas se você não sabe apreciar e valorizar o trabalho de seu colega, como quer que as pessoas valorizem o seu?
Infelizmente, o que mais vemos hoje em dia são artesãs pipocando fotos de peças (sem se dar ao menor trabalho de pesquisar quem fez) querendo o passo-a-passo, o molde, a ideia, enfim... querendo fazer igual e ponto final. Não interessa quem fez. Não interessa se o trabalho é caprichado e digno de ser divulgado com os devidos créditos; o que interessa é se tem PAP, se tem projeto, se tem molde.
Amamos dizer que o nosso trabalho tem o nosso toque pessoal, e que a pessoa que recebe a peça, recebe também nosso carinho e amor, já que cada artesão é único, e cada peça é única. E de fato é assim. Então, por que não prestigiamos nossas colegas comprando aquela peça que ficamos boquiabertas ao vê-la? “Ahhhh, ela cobra muito caro, eu sei costurar, essa peça eu descubro como faz e eu mesma faço. Ou eu vou pedir para aquela que faz lives de graça, pra ensinar pra gente.” Olha aí você desvalorizando seu próprio trabalho, amiga! Se você mesma pensa assim, como quer que as pessoas pensem diferente? Se você, que faz e sabe o trabalho que dá, não valoriza o trabalho da colega, como quer que valorizem o seu?
Eu considero uma honra ter uma peça de uma colega que admiro! Como já disse algumas vezes, sou muito exigente e perfeccionista em meus trabalhos, e é claro que trabalhos caprichados e com acabamento impecável me chamam a atenção. Admiro! E quando posso, compro!
Não estou dizendo para você sair comprando todos os trabalhos lindos que vê por aí, ninguém tem bolso pra isso hoje em dia. Mas se você viu um trabalho, se apaixonou e tem condição naquele momento (ou quem sabe mais pra frente, fazendo umas economias), prestigie sua colega artesã. Compre de quem faz!
Faça valer a hashtag #comprodequemfaz tanto quanto a #compredequemfaz.


Ah! Essa bolsa linda da foto acima foi feita pela Simone Oliveira. Fiquei vários meses admirando as bolsas que ela faz, até que numa boa oportunidade, comprei. É linda, caprichada, feita com amor, e sinto orgulho de poder desfilar por aí com uma peça feita por uma colega que admiro.
:)

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Bate-papo Artesanal #1 - Seu trabalho é efêmero?



Já reparou como tudo em nossos dias atuais leva à efemeridade? A palavra pode ser difícil, mas está presente em tudo ao nosso redor.
Antigamente comprávamos as coisas para durar. Hoje pagamos baratinho por algo xing-ling e amanhã compramos outra coisa, já que o de ontem não é mais novidade.
Antes os blogs eram a sensação, podíamos escrever longos textos e eles ficavam ali, arquivados bonitinhos, em ordem, e facilmente localizáveis. Podíamos voltar a lê-los quando quiséssemos. Hoje temos o Facebook, onde recebemos uma avalanche de informações a cada segundo na timeline, e se você quiser ver novamente algo que passou há um minuto na sua frente (e não se lembrar quem foi que postou), esqueça. Já foi, é passageiro, não volta mais. É transitório, efêmero.
E o nosso trabalho artesanal, como é? Será que tem algum valor duradouro? Nosso trabalho é lembrado ou temos que nos esforçar diariamente pra não sermos esquecidos ou substituídos pela próxima novidade? São lives infinitas, tutoriais gratuitos, vídeos no youtube e uma disputa desenfreada pelo reconhecimento nessa selva cibernética em que vivemos hoje.
Por favor, não me entenda mal. Não estou criticando as pessoas que assim o fazem, e lutam pelo seu reconhecimento. Tudo ao nosso redor praticamente nos obriga a isso, caso queiramos viver desse trabalho que tanto amamos.
E então chegamos nesse estado, onde diariamente corremos contra o tempo para fazer o nosso trabalho e postar nas trocentas mídias sociais que fazemos parte, esperando sermos vistos e reconhecidos. Sim, pois quando nosso trabalho é reconhecido, nós somos reconhecidos, e nada mais justo, quando trabalhamos com amor, dedicação e honestidade. Mas como cansa, hein? Essa efemeridade cansa. O que é novidade hoje, amanhã não é mais. Nada satisfaz a ninguém. Nada é duradouro.
Experimente ficar 1 mês sem postar em suas redes sociais. Talvez as pessoas mais próximas sintam falta, mas a maioria vai te esquecer rapidinho. E como estamos falando do nosso trabalho, logo ele será esquecido e substituído pela live da fulana, pelo grupo da sicrana, pela novidade de amanhã, de depois de amanhã...
Minha reflexão não é sobre as pessoas ou as ações em si, mas sim sobre nossas atitudes automáticas nesse mundo sem valores em que vivemos hoje, em que tudo passa muito rápido, como um sopro. Não assimilamos, não mastigamos as informações, não temos tempo para pensar e refletir, e assim como nós sempre queremos novidades, temos que trazer novidades para prender nosso público sempre, sempre e sempre. Porque se você não o fizer, será engolido e esquecido.

Nesses vários anos em que vivo no mundo do artesanato, muitas coisas mudaram e continuam mudando. Mas procuro cultivar algumas referências que guardo carinhosamente na memória, lembrando sempre da pessoa que fez/faz determinado trabalho, não apenas do trabalho dela em si. Quando comecei a costurar, em 2009, passei a admirar o trabalho de algumas artesãs, os que eu mais me identificava, seja pelo capricho, pelo estilo, pelo acabamento. E passei a respeitá-las não só como profissionais, mas como pessoas. Talvez algumas delas não estejam mais na ativa, acompanhando esse ritmo frenético e efêmero do mundo atual, mas ainda as admiro. São referência para mim. E se eu vir uma foto de um trabalho delas por aí, vou reconhecer, ainda que esteja sendo compartilhada a rodo por pessoas interessadas apenas em "como faz", dando os fajutos "créditos à artesã" que elas nem imaginam quem seja.
Que o senso de valor seja renovado na vida da gente. As facilidades estão aí, a um clique. Mas respire mais fundo, não fique na superficialidade. Procure o conhecimento sim, pois sempre temos o que aprender. Mas não seja oportunista, querendo tirar proveito de tudo e de todos. Valorize. E demonstre isso de vez em quando, pois faz um bem danado ao coração.
Afinal, por trás de toda essa parafernália virtual, existem seres humanos. :)

domingo, 4 de junho de 2017

Vamos falar de acabamento?

Sou perfeccionista, admito.

O universo da costura criativa é enorme, e as mídias sociais pipocam fotos de artesanato.
Não sei você, mas eu, quando bato o olho numa foto, a primeira coisa que me chama a atenção negativamente é uma peça torta (devido à costura torta internamente), viés mal costurado, pesponto fazendo caminho de rato, pesponto com sequência de pontos grandes e pontos pequenos (devido às muitas camadas de tecido e a máquina não tem força pra "andar" normalmente), etc, etc, etc. Ou seja, o acabamento.

Vamos concordar que uma peça super bem feita e uma foto mal feita não ajuda muito na divulgação do produto. Mas uma foto bem feita de um produto mal acabado não resolve o problema, também.

Existe artesanato e artesanato. Existem precinhos "de banana", de quem faz correndo e mal feito, pra clientes que só querem precinho, sem se importar com a qualidade. Existem preços justos pra clientes exigentes que valorizam o bem feito.

Obviamente que ninguém nasce sabendo, então, se você está começando e sua costura ainda não sai retinha, não desanime. Não tenha pressa em terminar. Faça com calma e desmanche quantas vezes forem necessárias até sair bem feito. E, acima de tudo, valorize as horas investidas no trabalho. Dê o seu melhor! Te garanto que a satisfação é enorme.


Beijos,
Vivi